Cirurgia Refrativa PTK – Phototherapeutic Keratectomy

 Além do objetivo de correção da refração ocular, o equipamento de Excimer Laser pode também ser utilizado para o tratamento de doenças na córnea, procedimento denominado de Ceratectomia Fototerapêutica – PhotoTherapeutic Keratectomy – PTK.

No procedimento do PTK, o Excimer Laser remove o tecido corneal de maneira uniforme, de acordo com a profundidade estabelecida pelo cirurgião, devendo-se deixar, por segurança, a córnea com profundidade superior a 250 micra.

O PTK é especialmente útil para opacidades da córnea com irregularidades da superfície. Os melhores resultados são obtidos quando a alteração da córnea está limitada ao quinto anterior da córnea, em torno de 100 micra, embora as lesões mais profundas possam também ser beneficiadas, pois geralmente a densidade maior da opacidade encontra-se na porção mais anterior da córnea.

O PTK também é indicado na Síndrome de Erosão Recorrente, que ocorre devido a alteração da adesão entre o epitélio e a membrana de Bowman. Após a remoção do epitélio e da membrana de Bowman, o novo epitélio torna-se mais aderido, com melhora dos sintomas da Síndrome da Erosão Recorrente.

Na Ceratopatia Bolhosa dolorosa, o PTK remove as bolhas, geralmente proporcionando melhora da dor após o procedimento.

O PTK também é de grande utilidade para o tratamento do haze moderado e severo, opacidade da córnea que ocorre pelo fenômeno da cicatrização exacerbada após a Cirurgia Refrativa de PRK. Este procedimento também é usado para melhorar irregularidades corneais decorrentes de alterações da confecção do flap do LASIK.

O exame de OCT da córnea é um guia importante para avaliar a profundidade do acometimento da córnea para o planejamento do PTK.

No exemplo seguinte, a paciente apresentava opacidades subepiteliais na córnea decorrentes de conjuntivite adenoviral prévia. O exame de OCT evidenciou que a profundidade das opacidades estava no estroma mais anterior da córnea e permitiu a precisão da escolha da profundidade do tratamento do PTK.

Um detalhe de importância no tratamento do PTK das irregularidades corneais é que o laser no PTK remove o tecido da córnea de maneira homogênea, ou seja, o laser irá manter as grandes irregularidades da superfície no estroma mais profundo.

Para evitar esta reprodução da irregularidade pelo PTK, foram propostas técnicas com máscaras de agentes fluidos para regularizar a superfície, antes da aplicação do laser.

Existem vários agentes que funcionam como máscara, como exemplo da substância viscoelástica ou moduladores em gel de colágeno modificado.

O uso destes máscaras é especialmente benéfico para evitar o efeito colateral mais observado após o PTK, que é a mudança hipermetrópica (Hyperopic Shift).

A escolha por ablações mais superficiais e os parâmetros da zona de transição também são medidas para evitar a hipermetropia pós-operatória.

Alguns casos, entretanto, representam um grande desafio terapêutico.

Recentemente, utilizamos a tática cirúrgica do uso da máscara de papel manteiga para realizar o PTK personalizado de um olho com fibrose intensa secundária à Cirurgia de Pterígio, para proteger a área da córnea que não deveria ser fotoablada, senão a grande irregularidade da superfície iria ser reproduzida para o estroma profundo com o PTK homogêneo.

Com esta máscara na área que não deveria ser tratada, o laser realizou o PTK apenas na fibrose da córnea, permitindo a recuperação da transparência da córnea e melhora da regularidade da superfície corneal, como pode ser observado com os exames seguintes.