Atualmente, é possível medir a qualidade visual do sistema óptico ocular, de forma objetiva, com o exame HD Analyzer – Optical Quality Analysis System (OQAS), como descrito, em detalhes, na Sessão de Exames – Avaliação da Qualidade Visual.

Esta avaliação objetiva é de grande utilidade tanto no período pré-operatório, para auxiliar o médico quanto às decisões das indicações cirúrgicas, quanto no período pós-operatório, para avaliar a qualidade do resultado cirúrgico.

HD Analyzer – OQAS no Pré-operatório da Cirurgia de Catarata

Do ponto de vista prático, o valor do Índice de Dispersão Objetivo – OSI, obtido no exame HD Analyzer – Optical Quality Analysis System (OQAS) pode, atualmente, auxiliar o médico nas indicações de Cirurgias Refrativas e de Catarata, sendo correlacionado sempre à avaliação clínica (idade e avaliação biomicroscópica), da seguinte forma:

Se o OSI estiver baixo, significa que o olho tem boa qualidade visual, com pouca dispersão da luz e sem opacidades dos meios, por isso não há necessidade de Cirurgia de Catarata.

Se o paciente quiser enxergar bem sem os óculos e a lágrima estiver com boa estabilidade (OSI da lágrima baixo), poderá fazer Cirurgia Refrativa.

No entanto, se o olho estiver seco (OSI da lágrima alto), precisa fazer o tratamento do olho seco e estabilizar a lágrima para estar apto à Cirurgia Refrativa.

Se o OSI estiver alto, significa que o olho apresenta dispersão da luz, com aumento do índice de scatter ocular. Como a maior causa do scatter ocular é a catarata, na ausência de outras fontes de scatter de pacientes que já estejam na faixa etária da Síndrome da Lente Disfuncional, deve ser indicada a Cirurgia de Catarata para restauração da qualidade visual.

Se o paciente quiser ficar livre dos óculos após a Cirurgia de Catarata e a lágrima estiver com boa estabilidade (OSI da lágrima baixo), é ótimo candidato, do ponto de vista óptico, para o implante da lente multifocal.

No entanto, se o olho estiver seco (OSI da lágrima alto), o efeito óptico da instabilidade do filme lacrimal na imagem retiniana não permitirá a boa acuidade visual pós-operatória com o implante da lente multifocal.

É preciso, primeiramente, estabilizar o filme lacrimal com o tratamento do olho seco, para que o paciente possa ter o benefício de enxergar com boa qualidade visual, após o implante da lente multifocal.

Detectando a Síndrome da Disfunção da Lente (Disfunctional Lens Syndrome)

 O exame HD Analyzer – Optical Quality Analysis System (OQAS) tem sido utilizado, atualmente, para detectar a Síndrome da Disfunção da Lente (Disfunctional Lens Syndrome),  caracterizada pelas alterações da função do cristalino antes da perda da sua transparênci e graduada nos Estágios 1 a 3.

No Estágio 1 da Síndrome da Disfunção da Lente (Disfunctional Lens Syndrome Stage 1), o cristalino perde sua flexibilidade e seu poder de acomodação, surgindo a Presbiopia ou Vista Cansada, com a necessidade do uso de óculos para visão de perto.

O exame HD Analyzer – Optical Quality Analysis System, descrito em detalhes na Sessão de Exames – Avaliação da Qualidade Visual, avalia o processo da Acomodação Ocular, com a medida da profundidade de foco para visão de longe e de perto.

No Estágio 2 da Síndrome da Disfunção da Lente (Disfunctional Lens Syndrome Stage 2), além da Presbiopia ou Vista Cansada, as proteínas do cristalino começam a ser modificadas, causando o fenômeno da dispersão da luz (Scatter).

Antes de modificar a quantidade de visão, o fenômeno da dispersão da luz no cristalino causa alteração da qualidade visual, com aparecimento de sintomas noturnos, como ofuscamento e dificuldade visual à noite.

A dispersão da luz no cristalino pode ser medida com o exame HD Analyzer – Optical Quality Analysis System com a medida do Índice de Dispersão Ocular (Ocular Scatter Index) – OSI. Quanto maior a dispersão da luz no cristalino com catarata, maior o valor do OSI.

Com o exame HD Analyzer – Optical Quality Analysis System é possível identificar precocemente as alterações da qualidade visual secundárias à dispersão da luz, ainda que a acuidade visual na Tabela de Snellen ainda esteja boa.

No Estágio 3 da Síndrome da Disfunção da Lente (Disfunctional Lens Syndrome Stage 3), o cristalino fica opaco e vai perdendo a sua transparência de maneira progressiva, até ficar totalmente opaco, com a perda total da visão.

Parâmetro do OSI para Indicação da Cirurgia da Catarata

Visto que olhos com catarata inicial e boa acuidade visual de alto contraste na Tabela de Snellen possam apresentam índices de scatter variados, o exame HD Analyzer – Optical Quality Analysis System pode ser útil para auxiliar o médico na decisão da indicação da cirurgia de catarata, baseando-se no parâmetro do OSI ocular.

No exemplo seguinte, apresentamos os exames de HD Analyzer de um paciente de 70 anos, com catarata inicial em ambos os olhos e acuidade visual corrigida na Tabela de Snellen de 20/25 em ambos os olhos. Visto que o olho direito apresentava OSI de 2.7 e o olho esquerdo de 1.4, a cirurgia de catarata foi realizada apenas no olho direito.

Qualidade Visual Objetiva no Pós-operatório da Cirurgia de Catarata

 O exame HD Analyzer – Optical Quality Analysis System (OQAS) também pode ser utilizado no período pós-operatório da Cirurgia de Catarata para avaliar, objetivamente, a qualidade visual óptica após o procedimento cirúrgico.

No exemplo do paciente acima citado, que realizou a Cirurgia de Catarata apenas no olho direito, podemos observar a melhora da qualidade visual, com diminuição do scatter de 2,7 antes da cirurgia para 1,5 no período pós-operatório de 1 mês.

No próximo caso, podemos observar a boa qualidade visual obtida no quarto mês do implante da lente multifocal +2,50 tórica em olho com ceratocone frustro, que obteve acuidade visual na Tabela de Snellen, sem correção para longe, de 20/20 e acuidade visual de perto J1 com refração plana. O exame HD Analyzer evidencia OSI de 1,1 no Mapa Scatter e acuidade visual prevista pelo exame de 20/18, com intervalo acomodativo de 1 D no Mapa Pseudo Accommodation, comprovando, objetivamente a satisfação subjetiva do paciente no pós-operatório.